"...Histórias que nos contam na cama antes da gente dormir..."

Nunca tive grande ídolos, a não ser o Pink da dupla Pink e Celebro e Chaves, nunca tive paciência de acompanhar Xuxa, e apesar da minha intensa admiração por Cazuza e Renato Russo nunca fui fanático por eles, não compreendo essas fãs que choram diante dos artistas, mas, as admiro.

Faz quase três dias que Michael Jackson morreu, eu estava ensaiando um texto sobre ele, mas, nada saiu, portanto serei ao menos espontâneo.

Nunca fui fã dele também, mas, me recordo de várias vezes ter ensaiado aqueles passos básicos dele de meia na sala, ou ter parado para ouvir: “Music and Me”.

Tenho uma irmã que era mais fã dele, mas, isso nunca me influiu.

Vocês devem estar pensando que sou mais um a falar dele, mas, hoje me caíram várias fixas sobre ele e que me atirem a primeira pedra quem nunca o imitou.

Michael pode ter sido acusado de pedófilo, mas, jamais fora provado, não quero defende-lo disso até porque o cumulo da hipocrisia é transformar em santos pessoas que quando vivas a gente metia o pau.

Mas, tirando esses fatos, a figura de Michael fará falta, era um dos poucos artistas conhecidos mundialmente, que teve uma vida que realmente será uma eterna incógnita e que por onde passava silenciava o publico.

Era protegido por muralhas e seguranças contra assassinos, mas, não era protegido contra suas vaidades, traumas, medos e do mais perigoso de todos os males: o sucesso extremo.

Você reclama que sua mãe vigia que hora você chega de uma balada? Imagine-se vigiado 24 horas pelo mundo. (outro dia cheguei 7:00 da manhã em casa e minha tia me esperando em pé eu dei um sorriso e disse: te falei que chegaria cedo em casa.)

Cada passo, cada decisão ou deslize seu saindo nas principais capas de jornais.

Vaidade: tem um preço cruel; em um mundo ainda ditado pelo preconceito um negro de auto-estima fraca logicamente procura se enquadrar aos ideais de uma sociedade canibal: ser branco.

Eu tenho minhas vaidades e apenas hoje percebo que a maioria delas me levariam ao mesmo caminho de Michael, claro que curto minha cor, mas, gasto muita grana com cremes e academia... Não seria a hora de eu maneirar e investir em outras coisas? E você quantas vaidades inúteis carrega?

Nossa sorte é não ter fotógrafos 24 horas escalando nosso muro à procura de um ângulo.

Trauma: Michael apanhava do pai, era obrigado a fazer shows e shows e não via quase nada do que ganhava. Procure alguém com o mesmo perfil, acharão Beethoven. Michael era o Rei da música Pop e Beethoven da Clássica, ambos apanhavam, ambos não tiveram em seus braços seu grande amor, ambos deixaram o mundo inerte ao silencio do seu enterro e eufórico diante de sua musicalidade; Não seriam a dor e a falta de um amor a matéria prima dos gênios? Não sei, tudo o que sei é que diante do mundo que os sugava eles ofereciam a mais pura das formas de arte: a música; e com ela uma forma do mundo amenizar suas dores.

Medos: medo é algo natural, ruim é não ter medo, mas, como um astro poderia expor os seus medos diante dos que os admiravam? O preço por ser semi-deus não era pago com dólares, mais pela solidão, escondido dentro de si ele era a criança que não crescia, pois, não teve quem o ajudasse enfrentar seus medos.

Sucesso: hehe leia o vendedor de sonhos e saberá perfeitamente que lidar com o fracasso é mais fácil do que lidar com o sucesso.

Em suma não sou tão diferente dele, a diferença é que ele saia em capas revistas e eu não; ele criou Never Land para poder ser ele mesmo, eu criei um blog, ele dançava em palcos famosos enquanto hoje eu ensaio passos tímidos para quebrar o gelo das meninas. Quantas vezes tive medo de danças por medo do que os outros iam pensar e Michael inventou sua própria dança. Quantas vezes ri dos que imitavam ele, mas, no fundo estava com inveja? Diziam que Michael era infantil, crianças são sinceras dizem quando gostam ou não de algo, e agora percebo que a sinceridade das crianças faz falta na minha vida, disse não quando queria dizer sim e vice versa e acabei perdendo várias coisas.

Michael se foi e querendo ou não ele fez parte das lembranças da minha infância, por isso, ele leva consigo parte de mim.

Michael apesar dos erros, e cobranças dentro dos limites da sua doentia carreira conseguiu ser ele mesmo, não teve medo de sorrir, expor-se fraco ou doente será que eu consigo me libertar de meus próprios preconceitos?

E você?

Há você não tem preconceitos contra você mesmo? Então abra o guarda roupa e coloque uma roupa que te agrada sem pensar no que o mundo possa pensar, diga te amo para alguém pode ser sua mãe sem medo do que os outros vão pensar; dance sexta naquela boate que você sempre vai sem medo do que os outros vão pensar...

Consegue ver o preconceito maior? Você pensa pelo os outros antes que eles pensem...

Eu tenho esse defeito, mas, estou lutando para me livrar dele, antes de escrever sobre Michael pensei em que vocês iriam pensar sobre mim... preconceito sobre minha vontade, e daí se vocês irem do que escrevo? Outros irão aplaudir e se ninguém aplaudir beleza! Jesus não agradou a todos...

Cuidem do preconceito e vivam melhor consigo mesmos.

Quem sabe você não é o que o mundo espera, pois, sem João Paulo II e Michael Jackson estamos sem grandes nomes mundiais.

Vou passar o e-mail do cara que dá manutenção no meu pc pra vocês pedirem pra ele arrumar meu pc logo... hehe é de graça não quero ficar cobrando hehe =P to em crise financeira hehe