Vocês matariam uma criança negra, pobre, órfã, analfabeta, epilética, gaga, de saúde frágil que nascera em uma sociedade que ainda estava saindo do sistema escravista para evitar seu sofrimento posterior?
Aquela pergunta remoeu meus neurônios, levantar a mão significaria sim, olhei para os lados e aos poucos algumas mãos se levantaram tímidas, relembrei do quanto machuca o preconceito de hoje e levantei a minha mãos aos poucos.
Meu professor bateu palmas e respeitando nossa opinião respondeu:
- Parabéns! Vocês acabam de matar Machado de Assis.
Não preciso explicar quem foi esse gênio e uns dos meus inspiradores na adolescência... Apesar de tudo ele venceu na vida e escreveu na página da história que o homem é o que ele decide ser.
A partir daí comecei repensar minha existência, e a dos outros, todos são dignos de respeito, não pelo fato de serem seres humanos, mas, pelos sonhos que eles carregam!
É por isso que acredito nos sentimentos, fruto do amor proibido entre a realidade e os sonhos. Por isso eu nunca mais mataria mais ninguém.
Não mataria nem a mim mesmo, pois, posso me matar aos poucos quando penso que meus sonhos são impossíveis.
Mato meu próximo quando não o do o direito de se expressar, de sentir, de interagir...
Mato Deus quando ignoro que algo é possível.
Não jugo mais alguém pelo seu passado, mas, pelos sonhos do futuro.
Não matarei mais nenhum Machado de Assis, mas, lutarei por um mundo melhor e meu mundo é onde o amor prevalece...
Jamais negarei que eu levantei a mão aquele dia, pois, matar meu escritor favorito me fez crescer!
Me fez ver a realidade...
5 comentários:
Lucas, amei muito sua reflexão.
Talvez eu tbm levantasse a mão e me arrependeria no futuro...
Beeijos!
Vc me fez chorar, sabia? Bjinhos
Lindo o que escreveu...
Temos que acabar com preconceitos! Temos que evidenciar o lado saudável das pessoas!
bj
Bela reflexão, tenho pensado nos meus sonhos, no que eu desejei ser, mas ainda ando confusa...
Bjks.
Otimo!
O pior é que naquela epoca acabar com uma criança assim podia mesmo evitar futuro sofrimentos.
Ainda bem que não mataram ele...
Beeeijos
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