"...Histórias que nos contam na cama antes da gente dormir..."

É esse desespero que se cala entre os rostos que passam por mim que me assusta, é esse medo de não querer mudar mesmo que seu coração implore todos os dias por algo novo que me revolta, é por me apontar sem antes se sentar ao meu lado que me dá essa pena por quem eu considero igual a mim... O que faz uma pessoa sonhar tanto acordada, tentar mesmo sem a mínima possibilidade de realização por seus sonhos em prática, de onde vem essa fúria que nos faz querer dançar, pintar, escrever, poetizar e por fim amar e ser amado?

É exatamente essa síndrome da negação das coisas simples, é exatamente essa falta de planos que realmente estamos dispostos a executar, é esse tédio que nega nossa liberdade de criarmos algo a partir de nós mesmos.

Não basta apenas gritar que está tudo errado sem ninguém que ouça, talvez jamais alguém compreenda essa revolta contra a “mesmisse” que por hora satisfaz meia dúzia de pessoas. É por isso que queremos tanto que alguém nos ame, alguém que nos tire desse ciclo que nos deixa engessados, alguém sem nenhum porquê ou pra quê, que simplesmente chegue e tire esse algo a mais de nós que sempre esteve ali, mas, tínhamos medo de expor.

É por isso que amamos mesmo com a certeza de que seremos magoados, pois, o amor é a única coisa que nos dá coragem suficiente de sairmos da nossa concha e revelarmos nosso ser completamente nu e por isso livre para ser o que ele realmente é.

Tenho medo do medo. Pois, sei que um dia alguém me amou e teve medo desse sentimento. Mas, que Deus torne esse medo do medo em coragem e que essa coragem seja suficiente para um dia ali na esquina quando eu menos esperar poder achar minha felicidade.

Não escrevo para mudar o mundo(acho ele perfeito), escrevo para me mudar e saber esperar algo que ainda não sei o nome.