O Romântico e a Puta.
Aquela manhã não fez a barba ao acordar, olhou ao redor e sentiu que naquele apartamento sobrava a falta de algo, não era quadros belos, móveis caros ou algo que seu dinheiro pudesse comprar.
Pela primeira vez viu que a vida de alguém que sustenta diplomas na parede estava formada, mas, algo estava faltando.
Sempre fora romântico, pensara em se casar, mas, o mundo a qual ele pertencia era dos cafajestes, dos que se fazem de românticos e são mestres sobre a cama.
De camisa preta com os botões apertos no peito, barba mal feita, calça jeans e muito vinho na mente ele partiu para a primeira zona que se lembrava.
Sua aparência antes romântica e de rapaz que todas as meninas de 14 anos sonham casar algum dia estava afetada pela sua tristeza, aos que o viam de longe pela primeira vez via o cafajeste que existia dentro dele.
Por incrível que pareça pela primeira vez sentiu que atraiu olhares femininos, mas, a embriagues não o deixava perceber que não eram olhares de desejo e sim de dó.
Quando chegou à zona logo fora rodeado por belas meretrizes, após falar besteiras que jamais sua boca proferiu para mulher alguma as “damas” perceberam que ele não tinha nenhum dinheiro sequer no bolso.
Resultado: fora chutado como um cão sem raça pelo cafetão que tomava conta das moças naquela noite.
Chovia muito e a embriagues ainda o acompanhava, caiu logo enfrente da zona enquanto a chuva limpava as marcas daquele dia ao menos do seu corpo surrado; após alguns minutos olhou para o chão e ao seu lado viu uma pequenina flor rosa e logo a conheceu era uma flor de urtiga, conhecia aquela flor frágil pela beleza que apenas os românticos encontram em dias de solidão.
Não podia deixar aquela flor morrer, pois, apesar de ser perigosa para a pele humana ela em sua essência escondia a mais bela das formas que a flora fora capaz de produzir. Fechou as mãos em forma de concha sobre ela e com isso a protegeu da chuva.
Uma puta que havia se simpatizado com o rapaz observava a cena, sentiu inexplicavelmente um ciúme do rapaz e sua flor, nenhum homem jamais havia a protegido de coisa alguma, cresceu descrente sobre a verdadeira natureza dos homens, para ela eles eram apenas capazes de desejar seu corpo e as coisas materiais do mundo.
Encarou a chuva e chegou até ele...
- Moço entra comigo...
- Ela precisa de mim... – Apontando a flor.
A essência romântica do moço não fora apagada mesmo com toda a frustração daquele dia.
A puta então buscou um guarda-chuva e se sentou do lado do moço protegendo ele, ela e a flor da chuva.
Ele contou o porquê acabara naquele estado e ela o porquê estava naquele lugar.
Contaram suas historias... dividiram sua vidas, a partir daí viveram juntos...
OS MAIORES DIAMANTES ENCONTRAMOS NO MEIO DA LAMA.
Ele a ensinara os prazeres da alma que apenas os românticos conheciam.
Ela o ensinara os prazeres do corpo que apenas as Putas conheciam.
Ele redescobriu o amor que antes sempre dizia entender.
Ela redescobriu o sexo que antes sempre dizia entender.
Amor a gente não programa, não chega com hora marcada, não se ganha apenas com boa educação, ele simplesmente acontece.
Sexo de cafajestes é apenas sexo, sexo de românticos é uma arte, pois, toda a arte precisa de paixão além do desejo do prazer.
Se completavam... e por isso aprenderam a se amar.
Não estou defendendo as Putas tão pouco os românticos apenas a essência que ambos não vêem um no outro, amar é isso descobrir a essência, a beleza escondia atrás de algo que aparentemente nos faria mal. Como as urtigas que dão belas flores e ninguém vê.
Quantos amores já perdemos por não saber olhar as essências....
Lucas da Silva e Silva
3 comentários:
Gostei do post...uma história pra se pensar...afinal todos temos sentimentos!
beijokas
O amor é universal!
P.S: Gostei do final do seu comentário. Se jogar de braços na platéia seria formidável.
até..
Um tema que é um manancial para ser explorado.Eu escrevi sobre prostitutas e se quiser ler vá ao meu blog tenho muito gosto na sua visita.Bjs
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